Ó Maria das dores...
Ó Maria das dores... O verbo é sagrado!
Nem carente sou p’ra ter o vosso agrado,
Nessa cidade cortesã.
O tempo passou, e as rugosas se assemelham
Como as estrelas cadentes — que se resvalam
Num proscênio porão, nas cãs.
Murmurando fogo nos lábios nebulosos,
Co’as torrentes indo de encontro aos poderosos,
Na imensidade de ilusão...
A floresta vai se tornando inconformada,
Nos abrigos enrugados de luta armada —
Sem esperança no coração.
Consternada nas entranhas do monumento...
A lousa que medra nos sacrários momentos,
Dançam as pedras nos salões.
Ó Maria das dores... A rocha é escarpada!...
Onde mora a minha doce e gentil amada —
Onde ‘screvo as minhas canções.
A lira que toco em meu peito, desde outrora...
Já ecoava Sinfonia àquela senhora...
E, um dia, morro de amores!...
Minha espada é meu poema d’amor e glória...
Que dos Céus, veio u’a claridade na memória,
De cantos e muitas flores!...
Paulo Costa
1 de agosto de 2009.