Flor do Deserto

Destino, travesso menino

Que me tirou das nuvens dos sonhos

E me pôs num delicioso deserto

Delicioso até que as miragens

Uma a uma, comecem a se dissipar

Como névoa sob o vento

Névoa que nada mais é

Que nuvem próxima ao chão da realidade

Sem miragens

O deserto perde até a morte

Existencia vazia de tempo e forma

Ele insatisfeito com minha cabeça baixa

Fez outra travessura

Forçou-me a olhar de novo para onde outrora

Haviam deliciosas miragens

Lá estava uma miragem

Que era real por ser concreta

Mas miragem porque não estará lá

Assim que eu a tocá-la

Uma bela flor vermelha de cheiro doce

Que lembra uma criança

O fantasma de criança

Que por muito me assombrará

Se eu a tocá-la

Cercado por nada

Sem estrelas para dar direções

Com o canto do vento marcando o tempo

A flor era toda a fantasia

De um nada eterno e incostante