Chá com flores

               de Edson Gonçalves Ferreira
               para Fernanda Araújo e Celina Figueiredo




Celina Figueiredo e Fernanda Araújo (Lúcia)

Entrava eu em casa, quando ouvi,
Assim que acendi a luz: _ Estou triste, porque não me ofereceram cha!
Olhei e vi o Menino sentadinho, que nem eu, no sofá
As perninas dobras como sapinho e, retruquei:
_ Eu tomava chá com a Fernanda e você não estava lá!
_ Não sentiu uma coceira nas pernas, poeta?
_ Claro! Pensei que fossem as pulgas!
_ Só pensa em Portugal, agora! Era eu que queria um pão-de-queijo.
E, quando vi, o Menino começou a chorar
Corri para o sofá, peguei-O no colo e cantei:
_ Bambalalão, Senhor Capitão, espada na cinta, ginete na mão...





A canção vigorou certa e o Menino se acalmou
E, depois, sorrindo, disse-me: _ Que linda mulher é a Fernanda, Pardal!
Sei que não sou desse mundo mais, mas fiquei com vontade
Com vontade de tomar um chícara de chá
E, depois, aquela torta de chocolate, vocês judiaram de mim...
Levantei-O com meus braços e, olhando-O bem nos olhos, falei:
_ Se Você, Menino, tivesse Se revelado para ela, ganharia tudo.
Ele só sorriu, mas entendi as entrelinhas
A Fernanda e a Celina sabiam da presença Dele
Através da sua ação generosa
De me receber com tanto carinho
Com realeza que têm as mulheres amorosas
E, ainda, me entregar lembrancinhas para amigos na Terrinha
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Divinópolis, 09.07.09
edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 09/07/2009
Reeditado em 01/09/2010
Código do texto: T1691185
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