Guará, terra do sol nascente...

No início do século XX

Com a cultura cafeeira em expansão

Vão surgindo as cidades da nossa região

Em Guará apareceu a tal da estação

Mas a ferrovia tinha uma função

Atender a economia e o transporte do grão

O café perdeu a pose

A estrada de ferro perdeu rumo

Acabou-se a estação da esperança

Trem de ferro só lembrança

"Esse prefácio é para a apresentação de uma poesia sobre a cidade e seus habitantes, texto do autor Celso Lopes.... guaraense assim como eu."

“GUARÁ - UM FILHO TEU NÃO FOGE...”

Ainda hoje me faz falta

Uma palavra exata sobre a minha origem:

Sou uma ave pernalta

Ou sigo meu caminho sobre quatro-patas?

Se quero asas para singrar os céus,

Galgar sobre as cores do arco-íris

E comer nuvens de algodão...

Também me dou pernas fortes e ágeis,

Sou como um lobo-guará de olhos ariscos,

A vigiar a mim mesmo dos riscos

Deste chão!...

Sou garça desde os tempos da minha avó,

Ou quem sabe, um filho rebelde

Da antiga matilha expulsa pelo asfalto...

Mas o que me faz falta é uma palavra exata,

Que brade aos quatro-ventos, que exale cheiro

Do mato, que exalte minha cachoeira, o Sapucaí...

Uma palavra que siga, indefinidamente,

As margens do rio-verde, o meu ribeirãozinho,

As terras da grota e da água fria...

Faz-me falta uma palavra assim:

Intensa, extensa, delicada, plural, completa...

Que abrigue toda a emoção dessa minha prosa

com o Tempo!...

Maricília Lopes Silva
Enviado por Maricília Lopes Silva em 26/06/2009
Reeditado em 26/06/2009
Código do texto: T1667701
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.