MÃE ... EU TE AMO!
À você mãe,
dedico todo o meu amor,
e tenho muitas coisas para te revelar
segredos que guardo a longos anos,
primeiramente, quero te lembrar
o meu tempo de apenas dois anos,
quando os médicos já haviam se cansado de me tratar
era raquítica, com olhos fundos e pele amarela,
meus dentes não nasciam, e, minhas mãozinhas
não conseguiam segurar as suas,
você se lembra disto mãe?
Quantas vezes, no seu colo chorava de dor
quando ficava dormente todo o meu corpo,
o Doutor George dizia que era anemia,
e que o leite que bebia, para nada
para nada me servia,
sabe!!! eu não entendia, mas, sabia
que de alguma forma, você lutava para
que eu não morresse,
à você mãe, dedico todo o meu sentimento,
a alegria do meu casamento,
os filhos que de mim nasceram,
de todas as alegrias vividas,
e da boa sorte desta vida,
é mãe, hoje te vejo mais velha,
sinto que está muito fraca, sua voz fala baixinho
e a visita ao Doutor, tem sido constante,
fico triste, e por um instante me lembro
de uma mulher forte, esguia,
cheia de planos, e de conquistas,
quantas vezes fizemos nossa diária juntas
eu era sua pequena ajudante de faxina
ficava ansiosa para terminar o trabalho
e receber o dinheiro do dia,
a gente voltava feliz para casa,
juntas lanchávamos, ali ... na lanchonete do
Edifício Maleta,
Fou ali, que conquistei meu trabalho,
fui secretária, fui mãe solteira,
claro! também fui humilhada,
mas, estou aqui,
cheguei onde sempre quis chegar,
breve, estarei sendo honrada com
meu diploma de Bacharel em Direito,
é isto aí mãe... a você dedico todas as
minhas conquistas,
apenas temo, que não esteja presente neste dia,
porque junto com meu diploma, vejo você
chorando e me aplaudindo,
te amo minha mãe,
e neste exato momento, estou chorando demais,
misturo dor e alegria,
medo e boas lembranças,
saudade do seu colo, dos banhos que me deu
quando criança,
da banana maçã, e do cartucho de amendoim,
estes eu sei, todos os dias, tendo ou não
dinheiro, você dava um jeitinho.
Mãe, à você honro com minhas palavras,
e me jogo aos seus pés,
entre gritos de amor,
sei que nunca pude te dar algo de valor
assim como sei, que nunca lhe tirei nada,
e aquela menina, pequena, franzina,
cresceu e aprendeu, que qualquer sonho se conquista
quando se tem um criação, rodeada pelo amor
de uma grande mulher: você,
Mãe, nunca deixe passar em branco
os momentos que juntas compartilhamos
a fome e a vida,
as perdas e as vitórias,
te amo minha mãe,
e se pudesse, lhe conservaria numa máquina
onde o tempo não envelhece e mata
onde a vida, faz nos olhos a lembrança
e a beleza de quem sempre acreditou em mim,
se pudesse, seria para sempre aquela menina
que mesmo doente, tinha ao seu lado
o grande amor da sua vida,
juntas choramos e aprendemos a vencer
todas as batalhas,
somos amigas, mãe e filha,
duas pequenas grandes mulheres apaixonadas....
Mãe, nunca irei te esquecer...