Cabral - Um que pesca, outro que vende.
Dedico esse poema a um artista nordestino, cuja humildade, simplicidade e olhos azuis eu nunca esqueci. O conheci quando ele vendia pela ruas de Fortaleza seus quadros entalhados na madeira.
Um pescador pescando e outro vendendo.
Cabral, com sua muita arte e sua pouca sorte.
Com seu sorriso franco e seu pequeno porte.
Pequeno grande Cabral.
Artista brasileiro, cearense, boa gente.
Humildade natural.
Aprendida com a vida,
que troca suar arte por comida.
Seu destino, sua lida.
Como dizer não para aqueles olhos francos,
que me encararam de frente, mostrando a realidade
dessa gente, inteligente, subserviente e sobrevivente.
Assim dizia Cabral: "um que pesca, outro que vende."
Como pude eu compreender tão mal, a grandeza da alma
do pequeno cabral?