Oh! Triste e ridente sociedade!...

Oh! Triste e ridente sociedade!...

Que falta de musicalidade...

Onde estará a inspiração?

Nos vultos, nos tintins, nas geleiras?...

Nos infindáveis confins de asneiras...

Onde tremula a imensidão?...

Assim, as cidades se inclinaram,

Entre as brumas mórbidas, que assombram

Os sacrários porões dos Céus.

Oh! Imagem que ulula na cruz

Do murmurante judeu errante... —

A se afogar nos escarcéus!...

Triste é o langor das peripécias

Esquálidas — nas condolências

Lívidas das constelações...,

Nos largos báratros do estulto

Embaraço — enrubesce o vulto

Meteoro nas emoções.

Onde estará o som, a harmonia,

O fraseado da melodia... —

Que eleva os nossos corações?...

Oh! Quanta angústia por não seduzir

O teu real sentimento, e aduzir

As volúpias navegações...

Ah! Como é bom — ver e sentir o som...

Tão brilhante, tão formoso — tão bom!...

Divindade nas emoções.

A harmonia da bela sonata...

Traz a lembrança da serenata...

Que toca nossos corações.

Se tu não entendes nem de melodia...

Por que queres falar de polifonia... —

Se a inveja é teu galardão?

Aprendi a ‘screver as Fantasias,

Por debaixo de labaredas frias... —

Onde o Senhor deu-me a canção!

Não chores!... Por não saberes ‘screver

Uma Sinfonia!....... Ao absorver

Uma simples melodia...

É o regalo de tanta euforia...

Onde transborda — a eufonia —

De beleza e de magia!

Paulo Costa

Maio de 2009.

Pacco
Enviado por Pacco em 04/06/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1630998
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