Julieta já não era mais nova
Contudo ainda vivia a suspirar
Almejava um grande amor
Com quem sonhava se casar
 
A solidão um diário lhe deu
Onde expunha o seu penar
Nele fazia pedidos pra Deus
Para o seu desejo se realizar

Como Deus nunca lhe atendeu
Aos poucos se pôs a definhar
Já quase não conseguia sorrir
Se calou, não queria mais falar  
 
Um dia Julieta muito bebeu
foi ao parapeito do 10º andar
Sem medo o perigo desafiou 
Bêbada e nua se pôs a dançar
 
Os rapazes do velho Liceu
Vibraram com a visão sem par
Na calçada imitavam os passos
Do seu pequeno corpo a bailar
 
A polícia um chamado atendeu
Tentaram convencê-la a parar
Mas ela de vez o senso perdeu
No seu corpo frágil a rodopiar
 
Na loucura o controle perdeu
Lançou-se com uma folha no ar
Um assombro seu rosto talhou
Gritos de horror cortaram o ar
 
Sua morte ninguém entendeu
Todos intrigados a perguntar
Como pode uma moça tão bela
Com a vida tristemente acabar
 
Essa dúvida ninguém respondeu
E conforme o costume do lugar
A despedida do corpo se deu
Na igreja onde sonhara se casar!!
 
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 03/06/2009
Reeditado em 07/11/2016
Código do texto: T1630236
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