vida completa
quem vê “os seios da lua
no decote do horizonte”*
tem a altura de um monte
e só pode ser um poeta;
que nessa linguagem seleta,
estonteante e bonita,
a nossa vida agita
e num instante completa
quem vê “os seios da lua
no decote do horizonte”,
não tem estampado na fronte
o nome, mas é um poeta;
que dá sensação abjeta
espanta depressa a feiúra
e faz nossa vida mais pura
e, num instante, completa
Rio, 07/05/2009
*verso de Antônio Telha, a quem dedico o poema