“Duas mulheres ... em uma"
(Luiz Henrique)


Há duas mulheres contidas em uma
Que rotineiramente se harmonizam
Ambas encantadoras todo o tempo
Mas algumas vezes se antagonizam

A mais constante e freqüente
É sensata, polida e comedida
A outra, devota do Deus Baco
Carinhosa, apaixonada, desinibida

Não sei se prefiro a contida
Socialmente uma dama de classe
Ou se aquela que mais concede
E, por vezes, me faz corar a face

Mas escolher entre uma e outra
É uma questão de difícílima decisão
Pois se uma é esteio, sensatez
A outra, por seu turno, adorável devassidão

Devora aos poucos meu pensamento
Carregar dúvida tão premente quanto atroz
Quero o melhor dessa doce dualidade:
O amor sereno de uma, da outra a paixão feroz





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