Envelheceste tão depressa,
Andas agora de passinho
Dependes de uma bengala
Os sons sumiram e os nós da vida
Convertidos em silencio
Encurtaram-lhe a fala
Seu enxergar já curto
Encarcerou, o seu mundo
Nas paredes de sua sala
Os pensamentos que distraem
São seu único passatempo,
Da mente, agora sua senzala
A consciência vã, contudo
Ainda é uma mão maldita
Que no peito lhe apunhala
O rio da vida que seca
Em seus olhos, fez de você
Um andarilho no fio da navalha
Já não se lembra dos filhos
Não tem mais amigos
Nada resistiu à memória falha
Dormes só, na cama larga
Esquenta-lhe o corpo,
O vinho e o seu velho pala!.