Isaura

Eu, crescido assim mesmo,

não tomo jeito,

não te procuro,

ando só em mim, à esmo.

E tu, nesses brancos cabelos,

ainda me entende,

ainda me perdoa

e defeitos, procura não vê-los.

Se incomoda com a falta do filho,

mas, não resmunga,

mas, não reclama;

espera a chegada por estes trilhos,

trilhos onde não mais correm trens;

abandonados igual velha cidade.

Que na solidão da terceira idade,

espera o filho que um dia vem.