POEMA DE UM ORFÂO

POEMA DE UM ÓRFÃO

O vazio da casa, o vazio da sala, o vazio na alma...

A tristeza do triste em saber que alguém foi embora,

que o futuro está no agora que é dito,

pois o presente já se foi.

É que o agora é vazio sem você, mãe.

A tristeza em saber

que hoje falta alguém pra escutar os meus segredos;

que o solo, que canto, já não tem encanto;

que gostaria de ter a rotina de volta.,

a voz que consolava, a presença que animava.

Tristeza por não ter aquela presença tão presente em mim.

E depois que minha alma não a tem, mãe,

eu sinto que você era a presença invisível de um bem.

Do grande bem que perdi.

E agora que os meus olhos já não a podem ver, relembro mãe,

os momentos que passei ao seu lado sem olhá-la, sem senti-la.

São esses os que me fazem chorar, por saber que os passei e não os vivi.

Só resta, em mim, vontade de rever a alma

que compreendia o meu sentir, escutava os meus silêncios.

Só agora que já não és, mãe, é que sinto a importância de seu ser.

(Se eu pudesse ,diria para minha mãe Belinha estas palavras:Obrigada mãe por ter passado por minha vida.)

Sua filha ,Heliana Mara Soares.