O Poeta de Rua

Adormece o poeta,

Pelos cantos da cidade,

Embriagado de letras e reflexões,

Atordoado com seus romances fracassados.

Levanta ao som dos pássaros arrulhando,

Bebe um gole de fumaça,

Ouve um pouco de buzina,

E segue rumo a lugar nenhum.

Senta em uma esquina,

Almoça suas escritas,

Trabalha aos berros, declamando,

Lucrando vaias e gozações.

Jantando do álcool mais barato,

Entretendo-se com seus risos,

Abraçando sua prancheta,

Adormece o poeta.