O rapaz do andar de baixo.
O RAPAZ DO ANDAR DE BAIXO.
Ouço passos a ecoar
Vindos do andar de baixo
Risadas escandalosas
De dor e de um suplício
Alguém dizer que está
No mais cruel precipício.
Devagar chego a Janela
Olho pra baixo e me calo
Deitado no chão está
O pobre moço que orava
Dando “Glórias e Aleluias”
A bebida o tragara.
Grita em seus desatinos
Amigo, hei meu amigo.
Venha cá fique comigo
No estado em que me encontro
Não tem irmãos nem parentes
Que me escutem e me acalentem.
Os seus ais como lamentam
É sua vida de abandono
Já com uma válvula no peito
Não resolveu seu dilema
Sua saúde vai mal
Vai de novo pra safena.
Sempre penso em ajudá-lo
Mais que jeito o pobre moço
Parece estar em outro mundo.
O Crente tão fervoroso
Hoje é um vagabundo
Vivendo um grande alvoroço.
MARIA GORETTI ALBUQUERQUE.