Ninguém Dorme

Ninguém dorme abaixo da mais revolta maré de tristeza

Jazendo em eterno silencio envolta em paz

Onde deuses e lendas aguardam a serem descobertos

Ninguém dorme onde sereias cantam no além-mar

Onde extintos trovadores renascentistas poetizam no luar

Belas palavras em formas de marfim

Guiadas por um sentimento morto na imaginação

Ninguém dorme enquanto todo esse martírio se clausura no peito

Gritos sufocados agonizam devaneios

Não há tempo onde possa encontrar um refúgio

Ninguém dorme em ruínas de um passado manchado pela dor

Onde Pandora aberta ao sufrágio liberara surpresas

Contaminadas esperanças nascem à beira do abismo

Onde tudo quer se mantinha o mesmo acinzenta o dia

Paraísos se destroçam ao encontro de distantes margens

A noite chora para uma limpeza de nostalgia

Mantendo lembranças belas e distantes

Ninguém dorme enquanto o mundo não se dá por vencido

*In Memorian - Alcedina da Silva Souza*

Marcos Ses
Enviado por Marcos Ses em 30/03/2009
Código do texto: T1513016