Ninguém Dorme
Ninguém dorme abaixo da mais revolta maré de tristeza
Jazendo em eterno silencio envolta em paz
Onde deuses e lendas aguardam a serem descobertos
Ninguém dorme onde sereias cantam no além-mar
Onde extintos trovadores renascentistas poetizam no luar
Belas palavras em formas de marfim
Guiadas por um sentimento morto na imaginação
Ninguém dorme enquanto todo esse martírio se clausura no peito
Gritos sufocados agonizam devaneios
Não há tempo onde possa encontrar um refúgio
Ninguém dorme em ruínas de um passado manchado pela dor
Onde Pandora aberta ao sufrágio liberara surpresas
Contaminadas esperanças nascem à beira do abismo
Onde tudo quer se mantinha o mesmo acinzenta o dia
Paraísos se destroçam ao encontro de distantes margens
A noite chora para uma limpeza de nostalgia
Mantendo lembranças belas e distantes
Ninguém dorme enquanto o mundo não se dá por vencido
*In Memorian - Alcedina da Silva Souza*