No aeroporto

Ei, moça,

Você, de alegre semblante,

Ei, moça, é com você

Que estou falando.

O seu avião

Não sai agora,

Você sabe,

Ainda você tem

Um tempo sobrando,

Um tempo maluco

De espera na sala.

Você já folheou as revistas,

As notícias não são importantes,

Hoje mais importante

É a sua viagem.

Mais importante ainda

É quem a espera

Igualmente ansiosa,

Já por demais saudosa,

É ela, sua menina

Que joga, que encanta,

Que foi à luta ainda novinha,

Mas o poema hoje é seu.

Maria Rosinha,

Olhe, esse é o seu avião,

Ali está o seu lugar.

Aceita um cafezinho,

Uma água com gás,

Um travesseirinho macio,

Biscoitinhos, chás?

Algo mais, senhora Rosinha?

....................

Senhora Rosinha,

Por aqui, eis aí sua filhinha,

A Espanha, a Europa todinha,

A senhora queira me acompanhar.

Adeus, senhora, divirta-se.

Quando for ao jogo, às compras,

Ao teatro, à arena,

Ou em busca de um cartão postal,

Leve esse seu sorriso,

Sorriso é linguagem universal,

Esse seu é especial.

Sua bagagem, senhora,

Sua filha, seu sorriso,

E esse mundão de meu Deus

Tão antigo e tão novinho em folha

Para esses seus olhos

Tão brilhantes, castanhos

E morenos, que vão querer

Guardar na retina

No pen-drive,

O que for demais para o coração.

Para a minha querida cunhada Maria Rosa,

que hoje foi, radiante, encontrar sua filhinha. bjs Neu

Neusa Storti Guerra Jacintho
Enviado por Neusa Storti Guerra Jacintho em 24/03/2009
Reeditado em 29/11/2009
Código do texto: T1503816
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