ENTRE ALGUM LUGAR(ODE A WALLY SALOMÃO)

Vérvico galopar

Entre o poroso e o hermético:

Sua mente flui, reflui

Pelas alamedas, ribanceiras

Cordilheiras do Clássico,

Do Moderno e pare, assim,

Um Autêntico Contemporâneo

Fazer Poético

Cosmopolita, Latinoamericano,

Brasileiro, Nordestino, Baiano,

Plenitude do Universo retroagindo-se e se açambarcando!

Seu verso cavalga

Pela estrada da reflexiva,

Filosófica, sonora,

Jocosa, prosódica,

Culta, dionisíaca,

Difusa, diáfana,

Ferina, aquática, sábia,

Copiosa, prolífica, ígnea,

Reta,

Obliqua,

Acuidosa,

Expedita,

Gostosa,

Dúctil,

Livre,

Liberta,

Libertina,

Geral Geleia,

Gelatina,

Eclética,

Ladina Metalinguagem.

Seu poetar codifica e decodifica

A Metalinguagem.

Seu poetar

Penetra e ejacula a Metalinguagem.

Seu poetar

É a Metalinguagem

Que vocifera

Contra a lepra qual acomete e devassa a emoção

E contra o vírus

Da hipocrisia, da miséria, da vácua poetização!

Seu poetar

É a Metalinguagem

Que afaga, fecunda e soca

A janela da intimidade:

Expondo eloquentes aquarelas

Da introspectiva realidade.

Seu poetar

É a Metalinguagem

Que rompe e carcome

O indestrutível cadeado

Das senzalas da Palavra.

Seu poetar

É a Metalinguagem

Que descabaça

O vapor barato

Pois o falo que a aparelha

É verbo nascido

Do ventre do fogo e do aço.

Seu poetar

Alimenta-se

Da molécula

Que fabrica

A Metalinguagem:

Ele bebe a água da Metalinguagem.

Ele come a carne da Metalinguagem.

Ele assume a pelagem e a identidade da Metalinguagem.

Ele é a própria Metalinguagem, na verdade!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 19/03/2009
Reeditado em 02/06/2010
Código do texto: T1494174
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