Metade da metade
de Edson Gonçalves Ferreira
para Susana Custódio
Não sou mulher
Sou do sexo forte que é frágil
A sensibilidade escondida
A gosto da sociedade
Não escondo que amo o belo
Mulher é flor, rosa, tulipa, margarida
Homem é cravo
E encravo o ser plural
Sou capaz das gentilezas todas
Admito minhas ansiedades
Assumo minha dependência
Sem mulher, não vivo
Posso não ter me casado
Mas até o Barba Azul me inveja
Meu jardim de rosas é plural
E, mesmo sendo homem, declaro
Sou sensível porque sou poeta
E porque sou poeta, entro no seu coração
Sem sexo, mas com nexo
O que importa é humanIDADE, amor.
Divinópolis, 19.03.09