Poema de um andarilho
de Edson Gonçalves Ferreira
para Claraluna
Antes, quando eu era jovem demais,
Andava mais a pé
Percorria campos, vales e montanhas
Ao lado de amigos, procura conhecer tudo
Eu não sabia: da estrada maior lá dentro
Não adianta cruzar o planeta, sem amor
Assim, hoje, sei
Depois de ter cruzado o mundo e ter sido monge
Quando viajo, meu corpo só reflete
Só reflete o que os olhos espirituais vêem
As viagens assim se tornam mais belas
E, quando não posso levar meu corpo, saio
Saio só com o espírito,
Corro o risco de não voltar,
Mas aonde vou o peso da carne não alcança
Só a paixão divina
E a fome de amor incontrolável.
Divinópolis, 25.02.0