DE TROPAS, TRAÇOS E TRAPOS

(aos irmãos poetas da União Brasileira de Escritores/MS)

A comitiva de arautos andeja asfalto e campo.

Traça sobre nós o pantanal de idéias.

É tropa carcomida de palavras.

A estrada é o infinito.

Olhos farejam a 100 km.

Há um apara-brisas

navegando nos cabelos e ventos.

Chuva é o norte de verdes,

árvores, desafios

para a linha de chegada.

Lentamente, bois ruminam

o berrante louco: pantaneiros insetos

de Manoel de Barros.

Formigas armam o arsenal de inverno.

É plástico viril o capital da palavra.

– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2009.

http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdedicatorias/140589