Ao meu Pai com emoção!

Rua sete de Setembro

Quase no final da rua

Em um casarão branquinho

Lá mora um Senhor franzino

Por nome: Zeca Muniz.

Parece um combinado

De o nome de sua rua

Se encaixar com os seus atos

Para libertar-se dos fatos

Que se refez no passado.

Um jeito dócil e manso

Enquanto cala ensina

Na cadeira de balanço

Olha nas mãos a caneta

E seu caderno de escrita

Vai esboçando as facetas.

Passos lentos e alongados

São sua marca registrada

Mostrando que assim chegamos

Se olharmos bem a estrada

Nega-se ser um letrado

Porque não teve um Mestrado.

De olhos negros marcantes

Aos seus oitenta e oito anos

Através de seus “Poemas”.

Independente para quem

Em seus romances e prosas

Eterniza-se e ensina alguém.

Para por alguns instantes

Olha o Céu com olhar profundo

Como perguntando a Deus

Onde ficou o seu mundo

Percebe que o coração

Guardou seu Amor profundo.

José de Sousa Albuquerque

Não nascestes no Egito

Mais na pequena “Aningas”

És de fato um “Sonhador:”

Mesmo calando seus sonhos

És por Deus um “Pensador.”

Meu Pai Poeta desculpe

Os meus singelos versinhos

Que com sua caneta e caderno

Fiz algo assim mais fraquinho

Para escrever que “Te Amo:”

De ti serei um pouquinho.

Goretti Albuquerque.