Te Quero Livre
Soltei tuas amarras
Te dei alforria
E o caminho das nuvens
Até te ensinei
Tirei teu cabresto
Mostrei-te o caminho
Que a lua sorria a iluminar
Vivias atada
Na sela atrelada
Sofrida, doente
E eu te libertei
Não fui teu algoz
Nunca fui teu senhor
Nem mesmo meu chicote
Te foi tão feroz
Quando te vi sair
A alegria foi tanta
Que sequer esperastes
Eu abrir a porteira
A rua te olhava
O sol te aquecia
E o teu jeito sôfrego
O mundo avistava
Lisonjeios a parte
A tratei muito bem
Cá pensando e em silêncio
Desejei que vivesse
Sua vida com arte
Tal foi minha surpresa
Que após tão pouco tempo
Me parece que o mundo
Não lhe foi tão vasto
Pois logo voltastes
Fazerdo verter
Uma dor de holocausto
E insistindo em querer
Contra a minha vontade
O alimento em meu pasto.