LAS CALLES DE UNA HERIDA ARGENTINA
ÁS ABUELAS DE LA PLAZA DE MAYO
Viver eternamente a esperar o ente que nunca virá.
É esta a sina daquelas Ondinas da esperança
Que perderam seus amados jardins de Girassol
Em tempestades ainda nada remotas.
Almejar, quando vejam uma estrela cadente cair
Por sobre o soalho da Terra,
Que esta, ao verter, traga consigo senão a notícia de que seu Girassol
Ainda diariamente floresça,
Ao menos, possa trazê-lo,
Mesmo que o seja sob a melancolizante veste das cinzas,
Para poderem inumá-lo, pondo-o, então, dentro da cálida e Refrigerante sepultura das águas altruístas.
Viver eternamente á espera da volta da prole de seus girassóis:
Sim, este é mais um fardo a ser carregado
Pelas caçadoras do mais sublime arco-íris.
Rezar para que seus netos enxerguem
Além da máscara de bondade que oculta a lídima face
Dos discípulos de Medusa,
Querendo, assim, se dirigir a terra pátria
E ancorar seu navio no porto da sua verdadeira genealogia.
Esta é a chama que as mantém firme quando a aurora anuncia a Chegada
De um outro dia.
Viver estacionadas no cais da espera da volta
Viver na expectativa de que um dia possa reflorescer
A amarela flora
Viver á espera de que se abaixe sobre si
A gama de raios do sol de outrora
Se preciso for,
Transpor os raios do sol da contraluz da vida
Para testemunhar a colônia de Hitleres-parasitas
Ver-se soçobrada quando verter sobre sua torpe matéria
O fogo da inclemente embora morosa Justiça
Ah, esperar, esperar
Esta é a sua maldita sina!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA