Margarida eternamente
 
Zuriel, és margarida?
respondeste-me que sim
então falando da vida
compus-lhe algo assim:


humilde, margarida chora
num canto do jardim sozinha


sombrio canteiro este
que lhe dá por companhia
espinhos e ervas daninhas
 
enquanto no belo centro
alvo de mil olhares
a rosa azas se ergue


vendo-se a mais linda de todas
das flores dita rainha;
orgulha-se

e folga com isto


doce odor,notável viço
não vendo que a formosura
logo trará desventura
 irá para um vaso na mesa
aonde flor murcha e cai


será este seu caminho
veja:ingrato destino
 
enquanto você margarida
se dizendo esquecida
não sabia ,feliz era
verá outra primavera
 
e quando chegar o verão
a roseira der broto e botão
sussurra-lhe ao ouvido
o que tens visto e ouvido
 
fala-lhe de humildade
e também de mansidão
pois os mansos a terra herdarão!
 
te amo,oh margarida
permanece pois assim
os "nobres" são levados a morte
e tu continuas no jardim.