GRITOS SUFOCADOS
(Sócrates Di LIma)
Ao vento brado, A noite em si cala...
E a lua em seu florão exala.,
O perfume límpido do sereno plácido.
As estrelas fulguram em um círculo fúlgido,
E o céu qual guerreiro impávido que reluz.,
Ostenta seus astros como lábaro vívido,
A ermo por tanta luz,
Chora suas lágrimas em soluço contido.
De repente o céu em si fecha,
E as trevas dominam aquela terra deixada ao léu.,
E num relâmpago que lhe rasga o véu,
Um raio deixa rastro de luz como uma flecha.
É com lágrimas que a chuva flácida,
Desliza sobre a terra mórbida de valas intermitentes.,
Sufoca a garganta numa ação violenta e proibida,
Bloqueia o brado na mente dos sobreviventes.
É a guerra inútil e fria,
Que o mundo carrega nas costas.,
É a violência que o homem cria,
Em nome de uma falsa paz e que fecham portas.
Corpos destroçados nas visões cristãs,
Que nada tem a se comemorar.,
Nem as tréguas, pois são suspensões vãs,
Da qual o homem tenta se justificar.
Suspendem-se o sonido de arma letal,
Que explodiriam almas do poder que é capaz .,
Só para passar em festas e rezas o dia de natal,
Numa falsa idéia de que buscam a paz.