Perséfone
Primavera, Verão! Tudo, ao mundo, é vernônio:
A mãe canta, alegre, aos ares sua liberdade,
A irmã-filha, das folhas, porém, já distante...
E estas, mirradas, morrem de infelicidade!
Os lábios, de cor tão rósea, a se abrir de sono...
De mor e funéreo frio, já tecem as grades,
Pois, os graves sopros mil das adversidades...
Porque à tarde, é, sem que se aguarde, ido o Outono.
Já ao longe, treme a voz de um monge à voz do Inferno
Que brame! E nas frias sombras, silentes fealdades!
E já sorrindo, enfim, a elas sequioso Hades
De, uma vez mais, ver tão bela a anfitriã do Inverno.
Teresina, 22-01-99