En-Sonhamentos
À Elisa Lucinda
encantadoras de serpentes
anunciadoras do onírico
assobios suaves
de seres que sangram
à cada lua
ao seu sabor
apenas e inconstante.
Aparece-me em sonho
imaginário do real
e poesia se faz
mesmo que dormindo
nos mistérios nossos
adormecidos
(pois não...)
de desejos plenos
de vôo
insensados de asas
pilotas de nós
brevidades
no encontro
semelhanças
no respeito
Ah! torna-te
em profetisa
vestida de tear palavras
sumidas ao vento
resvaladas
nas sementes que se espraiam
na primavera de nós.
Pólen negro
pérola que germina em si
o arco-íris do plural
nos mistérios de um sonho
sonhado
que tanto
se torna real
e que sempre
se volta
à ficção da origem
do tudo!