Palavra luso-brasileira
de Edson Gonçalves Ferreira
para os membros da União Lusófona das Letras
e das Artes
Palavra é liberdade
Alma saíndo pela boca
Os poetas soltam seus verbos como pombas
Elas voam por tudo quanto é lado
Onde pousam, repousam, frutificam
Os versos nunca são nossos
Uma vez concebidos doiram a existência doutros
Assim como a língua portuguesa amada e amante
Eles cruzam dimensões tamanhas
Tamanhas que só o Verbo entende
Palavra é ponte de amor
Palavra é flor
Palavra é faca
Amo-te palavra, instrumento da minha paixão
Contigo sou capaz de entrar n´almas distantes
Fazer outros e outras meus amantes
Na comunhão das idéias
No cultivo de ti, flor do Lácio
Nunca inculta, somente bela.
Divinópolis, 26.11.08
Interação poética
Henricabilio (A quem agradeço)
Na lavra
da palavra
lança-se a semente
sem larva,
à terra quente
e a língua de repente
faz-se gente
ou então fica à minga
se mente;
mas o poeta
não é fingidor
e faz da palavra
a seta
com que o Cupido pinta o Amor,
que mais ninguém trava.
Portugal, 26.11.08