TU, COMIGO...

Ante a nudez de meu tormento

cravo e amanhecer de apagado grito.

Arde a vermelha lâmpada do rito

de teu cravado amor, a meu lamento.

E passa a vida, o sol e o juramento,

e o tempo lembra rosas do infinito.

O amanhecer, o cravo e a lâmpada são mito,

de antiga realidade e fiel momento.

Clamoroso tributo, o de teu pranto,

cai qual fosse desgarrado manto,

dos ombros de um anjo perseguido.

Que na hora de ouvir meus padeceres,

soltará seu laurel de amanheceres

iluminando o rumo de um coração ferido.

(A minha amada esposa Carme Vera.)