A CHUVA - PARA JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

A CHUVA

Por vezes sou mansa, noutras tempestiva

O céu é o limite, onde o vento fraternal.

leva-me ao teu encontro.

Filha de um tempo de ti e de mim.

Fragilidade, meus versos são tristes.

Inspiração que vem de ti,

que não estás aqui.

Dor tamanha, são sentimentos que derramo

sobre a terra em que pisas, fertilidade e vida

as rosas primaveris.

O mistério que há em mim está nas lágrimas

de amor que não cabe neste peito.

Sabes tudo ao meu respeito há séculos

Tenho idade bastante para tentar cantar

A música suave, balada da chuva fina.

Mas posso desabar com força explosiva,

se tu disseres que me deseja.

Conhecesses o meu sorriso marfim.

Meus deuses, crenças e medos...

O milagre que há no meu pranto,

que mais que choro é encanto.

Não negues nada, vês a umidade em teu corpo,

sou a chuva.

E ontem á noite quando estavas tão

exposto, fiz amor contigo!