Lampiões
Na parede recém ‘caiada’
A luz do lampião
Projeta fantasmas espichados e trêmulos.
Nos assistem. Comemos.
As colheres raspam os pratos fundos de ‘louça-àguida’.
Meu padrinho conta um caso,
Minha vó ri e enche a casa.
Assustados
Os fantasmas tremem mais ainda.
No meu canto rio também.
Nem imagino que um dia
Não existirão mais lampiões
E que os fantasmas sem seus corpos
Também desaparecerão.
Para Dalmira Oliveira e Antônio Longaray