AO ÍDOLO E AO FÃ
Ao meditar-me na vida
A decisão lógica tomei,
Ao concluir por mim mesmo,
Que eu mesmo devo ser...
Não posso tomar pra si,
Identidade que não será minha,
Alheia me é, igual quente areia
Do deserto que um corpo definha...
Posso ter meu ídolo, sim,
Mesmo que DEUS me proíba,
De qualquer lugar do mundo,
Que as artes me destinam...
Sejam no esporte, teatro e cinema,
Todo ídolo artístico, mimado se vê
Pelo seu fã, que lhe dá o afã
De aplaudi-lo pela vida inteira...
Posso ter meu ídolo, mas,
Não posso imitá-lo,
Por se apagar minha identidade,
Atrás de meu ídolo fico camuflado...
E o meu eu e o meu jeito de ser,
De também vir a ser um ídolo aos olhos
Fascinantes, tais, confiantes de um
Fã anônimo que, por aí, já me viu...