VÊNUS DA SABEDORIA


                           

Escrever, inventar
O que não se apaga
Matéria viva na concreção
Na minha mão que afaga

Olhos, sentimentos nus
Que sempre caminham
Pelas estradas horizontais
E mergulham na sabedoria
Nos arredores da contemplação
Na escrita do sol do meio dia

A calma de um vento
Nas tardes crepusculares
A suntuosidade das palavras
Nas linhas trafegáveis da poesia

Quantos potes de tinta
Para descrever a tua supremacia
A tua beleza a tua geografia

E quando vejo
O teu perfil rotativo
No templo dos poetas
O meu peito se inebria

Minhas mãos
Tornam-se um arpão
E o meu coração
Pulsa tanto, tanto
Que se confunde
A um trem
Descarrilado
E sem autonomia
                            (de contentamento)
E todo meu ser fica
em  total alegria


ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 08/10/2008
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T1217199
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