A VILLA VAZIA

Vejo uma vila vazia repleta de vozes distantes:

Grita uma menina, grita um rapaz, ambos datilografam em máquinas elétricas.

Por detrás das paredes brancas se desenrolam cenas do passado.

Longas tardes com telefonemas periódicos mostram os problemas técnicos e a vida de muitas pessoas,

sites de Cristo e e-mails de amigos,

o não ter o que fazer e um curso a terminar

que há muito terminou mas sempre me inspira,

o amor que eu esperava tão ardentemente quanto (im)possível

(é dele que contemplo este passado remoto)

O final do ano com amigos secretos e secretos desagrados

e uma eterna vontade de mudar

Deus é bom, me segurou, me protegeu, não me deixou mesmo quando eu...? ...já me perdia de mim...

Hoje eu também deixei a Villa vazia

e sou parte daquelas vozes que há pouco por um momento escutei.