VINTE E SETE DE SETEMBRO

(Para lembrar, remindo-me, o aniversário dum poeta amigo...)

Eu sabia que era Setembro,

Vi-o no volejar do olhar,

Mas, nas páginas do tempo,

Não lembrei de o achar!

Vinte e sete de Setembro,

Em equinócios opostos,

É a data que eu lembro

Em remissão de pospostos..

Setembro é mês de saudade,

Mês de colheita e matizes,

Primavera da idade

Dum fruto que nasceu feliz.

Foi flor que a brisa cuidou,

Em berço de sol e amor,

Mas veio o vento e a levou

Pra jardins de lida e dor.

O Verão a fez florir,

O Outono a amadureceu,

No Inverno de porvir

Ainda não anoiteceu!

As flores que colhes ainda,

São reflexos e sementes

No cálice de quem te brinda

Doce e cordialmente!

As flores que ainda deixas

Na peugada dos teus passos

São brilhos com que enfeixas

Teus versos, em doce laço...