MINHA MÃE

Hoje ao acordar, pensei em minha mãe

E eu a quis bem perto, ao meu lado

Que fechei os olhos e pude imaginar

Em seu semblante um sorriso guardado

Para me sorrir, logo ao acordar

Durante o dia, voltei a me lembrar

E tão cortante, chegou a saudade

Que aumentou e tomou conta de mim

Batendo tão forte, que me entristeci

E me senti anjo só de uma asa

Rodopiando sem ter direção

Depois, parei e enxuguei meu pranto

E a sua ausência que me doía tanto

Transformou-se e virou ternura

E era tão pura que me enterneci

Lembrei-me da nossa antiga casa

Do tempo em que eu era menina...

Quis sentir em mim sua presença

E o quanto era feliz e não sabia

Voltei então, ao tempo de criança

Quando senti que se juntava a mim

Para emprestar-me a sua outra asa

E em um sussurro parece que ouvi:

Filha!

Eu não parti, estou sempre por perto

Lembro-me do tempo bom que eu aí vivi...

E em um instante, então, compreendi:

Que ninguém morre...

Só volta para casa!