REPROVA-ME, CARINHOSA POETA...
É certo, não o nego, que eu escrevi: «Portanto, conversemos
líricos: Convertamos as palavras no vinho da alegria
ou da dor ou das angústias desmedidas ou, simplesmente,
digamos "árvore" para que as árvores reais ou fictícias
fiquem banhadas em luz.» Mas, assim dizendo e agora
repetindo, nem disse o que agora digo, nem, Poeta querida
e Galega digo o que naquele poema dizia.
Olha que me permiti
intitulá-lo «Conversemos, convertamos».
A palavra minha
faz como "versos" com outros, contigo, e, palestrando
amável, carinhosa, críticamente, tornamos a agonia,
a luta, esse confrontar opiniões e opiniões, pensadas,
refletidas, recriadas, referidas, mas em todo o caso ditas,
em diálogo sossegado, mas também em ato de criação,
por que acometemos, atrevidos, a empresa ousada e lírica
de converter (mentalmente!) o que vemos em assombro
de mistérios cumulados ou em jardim de maravilhas...
Embora saibamos que a terra e os homens continuam
acirrados em decorrerem cegos por estradas peregrinas,
que poderiam transformar em caminhos de amizade
e de amor, se for o caso, e, sempre, de convivência lídima.
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Eu, aprendiz, não acabo de aprender... Ou sim,
ou não... Não sei se confundo ou ainda
penso que realidade e sonho não diferem... de todo.
Mas, se diferem, terá de ser, como na Vida,
em que cada um conta o que conta segundo
o vê às claras ou lhe parece que o divisa...
Contudo, sim, confesso que, ao lembrar, o que for,
evoco-o como real e como sonho e em prosa e poesia.