FERROVIÁRIA
À MOGI DAS CRUZES E SUAS ESTAÇÕES
O quando é trem que passa
Em janelas
A recortar paisagens
Papéis picados
Passagens
Cidades deixadas
Partidas
Fruto deste corte
Em que se esvai
O tempo.
O corpo
É trânsito
No rumo
O sempre
À geografia
De lugar nenhum.
Meus olhos
Miras
De dentros
E foras
A marcar encontros
No nunca...
Volto-me interior
O trem
Noites
Luas
Rodam
Dançam.
Poesia...
Vinda a vagões de tempo.
Estas linhas...
O trem...
A viagem:
As palavras.