À vendedora de confeitos.
Minha senhora...
Neste festival de literatura
queria que fosse outro o tema
deste meu singelo poema;
Mas, a minha vista dura
te acerta sem a dentadura
à mastigar um comovido silêncio,
num rito todo irmão da amargura!
Ah, minha senhora...
O teu andar já tão sem jeito
tímido a ofertar confeitos
faz com que de repente eu veja:
É noite!
Vá descansar pobre Maria!
Deixe isso aqui para os afoitos
que vem cantar outra poesia;
A dos desencantos destes dias
que siquer te poupa o Ser
de ser letra tão sem voz
num tempo de todos nós!
Marilú Santana – 30/08/2008
(inspirado durante o 6º. Festival Recifense de Literatura – A letra e a Voz)