O MURO E A PONTE

À LUCINHA, MINHA IRMÃ

O poema em queda livre

Água

Cimento

Cal

Areia

Por sobre a terra

Fez-se num sólido silêncio

Um tijolo

Outros e outros

Emparedando

A tua última sílaba

Semi pronunciada

O verbo

O silêncio...

O esquecimento dos tijolos.

Finda o dia...

E um vento

De não sei onde

Vem...

Atravessando o que dele resta

Um poema

Trazendo de pronto mais brilho...

O sol

O caminho da tarde

Que resiste

Morre noite

Pálpebras de noite

Abrindo-se em estrelas

Em brilho...

Tuas palavras grávidas

Ao vento

Parindo este momento.

Agradecido

Beijo o movimento imaginário

Da tua mão

Na alegria

De teres me dado...

Este poema.

DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 02/09/2008
Reeditado em 03/09/2008
Código do texto: T1157587
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