Lembrança da cidade perdida

Pois que és tu, cidade hoje apressada

Há tanto se fez calada

Obscura nas matas de cantigas e cânticos

Desde lá suprimia os gritos da cidade carcomida

E nos seus cercos e terras afastadas

Espalhava os encantos das danças-lutas sagradas

Exalando os cheiros silvestres das sábias folhas

Minha mãe, Oyá, disse que a pressa está na praça

E mais um santo abre as rodas da minha cidade

Alumia meu oiá e sob as vestes de Oyá

Caminho para onde a mãe-cidade se descobre

Sob as bênçãos dos esconderijos da minha cidade-ventania

A história se emenda ao hoje e aguarda os que ainda não chegam

São eles os já sabedores da pressa da minha cidade

Lugares por entre as folhas de tapete e as que apontam como espadas

Reminiscências das nossas matas de verdes selvagens

Residem nas sabedorias da minha cidade

Os vigilantes da pressa e da consciência terrestre

Os movimentos e as trajetórias diárias

dos escravos alforriados da minha cidade

MJ Minos
Enviado por MJ Minos em 15/08/2008
Código do texto: T1129256
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.