Mittelalter

Dançarina noturna; exuberância da vida entregue à morte.

Palmeira ao léu, meneia ancas a esmo em deserto anguloso.

Regaço da urbana concretude do Distrito Federal.

Concreto alado, vôo de palácio infestado.

Taberna abrigo sob penas da Asa Norte.

Evocadora soturna; arrogância de serpente ou consorte.

Véu inflado às távolas, singra céu mar, abeira o azul exitoso.

Pulsação rítmíca em amplidão sensitiva e gestual.

Sorriso melado, fogaréu brando, apaixonado.

Cabeça erguida, altivo desafio a toda sorte.

Empunha a espada; insinuância, cena acintosa aos cruéis.

Circunda o corpo tortuoso ao fio d'arma de guerreiro suntuoso.

Pilhagem premida aos pés delicados de fêmea abissal.

Ele desaba, reverente, genuflexo, arrebatado.

Farto de sangue e contudo modesto, servil.

Víbora invicta; resplandece em escamas e petálas e anéis.

Suspira o bravo desarmado; suplicante, destroçado, pressuroso.

Graciosa ela sustenta ao crânio a flutuante lâmina fatal.

A seus pés oferece beijos o valente ajoelhado.

Taciturno roga, anseia, morte hidromel, anil.