TERAPIA NO RECANTO
Entre pesadelos e sonhos
chuvas de letras eu sentia,
como pedaços de uma crônica
da mineira Marília L Paixão.
Não podia mais fechar os olhos
e buscava uma fuga épica
daquela saudade e solidão.
Viver novos sonhos queria.
Pressentia a Falência do Plural
nos versos do Poeta da Solidão.
Até pensei mesmo em viajar,
talvez a Espanha ou Portugal
e com AGIL aprender a lição
de como o passado enterrar.
Por lá eu também pensei
livrar a minha alma do ódio
e voltar com o coração liberto,
após ver Lígia Laginha e Lucibei
ou falar com Susana Custódio.
Mas não seria tão distante
que eu acharia algo tão perto
e dentro de mim a todo instante.
Aqui perto no Norte ou no Sul
também há dignas pessoas
que nos tornam a vida gostosa.
Que nos diga a Borboleta Azul,
por onde ela voa e pousa.
No Vale a Denise de Souza,
a Eliane Couto está em Canoas
e no Norte a Fátima Feitosa.
No recanto também me ilumina
ler a Anne Lieri e a Silvia Regina,
as cirandas da Claraluna
e tantos poetas que vou esquecer,
como Marcos Loures e JB. Xavier.
Mas toda aquela minha agonia
sei que só eu mesmo dissiparia.
Meu anjo da guarda de um golpe
na minha alma ele inspira
em versos da Zélia e Della Volpe,
que ali confinado, minha sina
eu jamais haveria de alterar.
Então, li mais uma de Mira Ira,
absorvi outra linda da Sabrina
e resolvi enfim me levantar.
Deixei duetos na minha cama,
de Gonçalves Reis e Xama
e após ver Centelhas de Amor
da Maria da Luz escritora,
eu achei melhor ir lá fora,
apreciar a beleza do ipê,
pra entender Juno e Aimberê,
ouvir o pássaro, cheirar a flor.
Assim passei pela soleira
e em meio ao lindo roseiral,
lembrando de Milla Pereira,
encontrei sublime esplendor
em nobres Gotas de Cristal !
SP. 19/07/08
Fernando Alberto Couto