Para Edgar Allan Poe
Não sou a infância de um vil diabo
Nunca vi os meus demônios
Nas paixões tive meu inferno
Execrado fui pelos conterrâneos
Na estirpe da tristeza continuo
No canto um esteta agonizava
No coração da mais prolixa treva
Tudo que amo morre, amor tardio...
Sou o fruto da demência longeva
Na estrada a vida não é minha
Do bem só o mal conheço
Mistério de Circe a Morgan
No leito do rio do inferno repouso
Rubra chama que me queima
No sol do meu ser só tempestade
Em gélidos invernos melancólicos
Os relâmpagos chamam a morte
Um bruxo chamado Reynolds
Consumiu minha existência
Naquelas noites distantes padeço
No extenso vermelho de sangue
Com Mefistófeles me encontro.
HERR DOKTOR