mal-entendido

ainda que sob o ponto de vista

da onomatopéia,

não havia razões pra que eu

lhe chamasse de Ângela

e você entendesse

mocréia.

creia-me:

isso seria o resultado

da interação progressiva

da sua capacidade

de auto-depreciação

com a minha incapacidade

de insanidade absurda

diante de uma mulher sensual,

cuja beleza anormal

ultrapassa a minha percepção

visual

para instalar-se na comoção

de meus sentimentos mundanos,

instando-me a falar

um monte de besteiras

para parecer insano,

por achar que você se parece

com o tipo de gata

que se endoidece

por um cara maluco...

com certeza,

longe de ser

um maluco-beleza.

mas como queria ser

Raul Seixas

um dia apenas, queria...

Rio, 19/06/2008