MORRE UM PAI
EU O AMO
Seus cabelos brancos
Sua barba cerrada
Suas mãos cansadas
Sua voz Calma, de amor
Seus carinhos
O tempo maltratou-o
A morte levou-o
E eu, fiquei só.
Não tenho mais seus olhos azuis
A fitar-me carinhosamente.
Sua faces convidativas ao beijo
Seus abraços de consolo para as horas tristes.
A sua calma faz falta, dói, corrói...
A sua presença ficou marcada...
Os meus olhos são os seus olhos,
O meu corpo tem parte do seu corpo,
Meus gestos são os seus gestos,
Mas não mais recebo os seus de ternura.
Muitas eram suas preferências
Pelas coisas da vida
Eu as herdei quase todas...
mas agora já crescida,
não posso te falar.
O seu amor me fazia bem
Agora sua lembrança
Também me faz bem.
Mas as saudades que tenho
São de voce Pai!
Mariângela Bharros Moraes - 01/04/1983