EU, A ARVORE... (LCRamos)

EU, A ARVORE... (LCRamos)

Queria tanto ser uma arvore, não importa se fosse direita, ou torta,

Nascida junto a um ribeirão, que mesmo em meio à sequidão,

Plena e cheia de vida, com folhas e frutos, e com muita sombra,

Doar-me ao viajante.

Além de abrigar com minhas galhadas a rede da criança a ninar...

Queria ser a arvore, crescer forte e saudável, em direção ao céu.

E em meio a tempestade, firmar-me no solo adentro,

E zombar do vento, fazendo um tremendo escarcéu.

Queria ser a arvore, e doar meus frutos, aos velhos e as crianças,

Que estivessem carentes necessitados de pão.

Revigorar e vencer a sua estagnação.

Queria ser a arvore, embelezar as paisagens,

Deliciar-me com a aragem,

E muito modesta,

Ruborizar-me ao saber, que as minhas folhas, empresta,

Ao homem um confortável viver...

Queria ser a arvore que mesmo golpeada, pelo lenhador,

Com o seu machado a magoar-me de dor,

Zombar, mesmo depois de tombada, por ter sido aproveitada,

Na forma de um teto para o lar, ou talvez para a cama de alguém doente.

Ou simplesmente,

Para fazer a mesa de um escritor, onde ele ira escrever poesias e cartas de amor.

FIM