À Clarice, a doce força da terra dos Cravos (minha mãe)

O que faço vem da terna força

que perfilou o forte e breve traçado

dos tempos alugados no espaço,

cavado pelos cravos do jardim

trinta e dois das pitangueiras e ervas

espalhadas nos trilhos floridos

a enfeitar as terras fofas e férteis

que jorram romãs e urbanos canaviais.

O que não faço está sob e sobre

os bancos firmes e os tetos baixos

moldurando cafés e pães com açúcar

e canela fazendo papel de feijão.

Silêncio! Apenas olhares, sorrisos

e o confiante carinho do amor solidário

de quatro convidados ao banquete,

patrocinado pela desigual divisão.

O que poderia ter feito busca sustento

nas doces terras enluaradas e árduas

a seguir o ritmo metálico e cerâmico.

Fazem cenário de um encontro maior.

Pés e quadris -- mãos e braços a marcar

a celebração vibrante da alegria firmada

no singelo e honroso cativar das princesas

que reinam em certos e cotidianos humanos.

O que poderei sempre fazer é buscar, nas

sábias fontes do reverenciar, modos de

agradecimento às lições aprendidas, além

do concreto escolar -- Festas exemplares

do viver diário e digno de aprendizes amantes

de mestres, filhos de mestres doutorados

de áridas vidas, inocentes, cuja consciência

brota de chãos, e de amores, e de esperança.