SESSENTANOS







De tudo que o tempo levou
Ainda restou a minha sabedoria
As minhas mãos calejadas

E o velho que mora em mim
Restaura todas as canções engavetadas
A musica celestial me visita
E conduz-me ao meu armário e arquivos
Ainda não lidos ouvidos

Tenho saudade de mim mesmo
Da minha infância
De tanto o que não fui

Tenho pena de meus sentimentos
Que a brisa os levou

E talvez o que nunca celebrei
Ainda me espere com flores

Acredito que no meu peito
Nada se extinguirá
O tempo não será capaz de matar.

Aos poetas sessentanos